Dependências e vícios.

Uma pessoa é considerada viciada ou portadora de uma viciação (no inglês, addiction) quando faz uso obsessivo de substâncias químicas, intoxicando o organismo, para - inicialmente antes de desenvolver uma dependência química - suportar emoções e sentimentos profundamente dolorosos; desde a falta de autoaceitação até o ressentimento, a raiva e o medo, para ficar em poucos exemplos.

 O indivíduo perde o controle de suas vontades, ficando por óbvio refém do vício, porém, o tema é muito mais amplo e não se restringe tão somente às substâncias químicas.

 Exemplo disso são as dependências por jogos online ou não, redes sociais, navegação na internet, alimentos específicos, álcool, entorpecentes ilícitos e medicamentos não prescritos. Atualmente, a dependência tecnológica já afeta cerca de 210 milhões[1] de pessoas no mundo e a doença cresce em ritmo acelerado, chega a fazer com que alguns autores classifiquem o uso abusivo de smartfones, tablets e computadores, como a nova cocaína. 

Todo esse processo (ou mecanismo) de viciação é desencadeado, de uma perspectiva neuroquímica, por um neurotransmissor chamado dopamina, que atua sobre as emoções e atenção.  

Como a intenção do blog é meramente informativa, pretendo citar alguns passos que levam à dependência química:

  • Biologia do prazer: situações agradáveis e prazerosas ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina.
  • Tolerância: quando a pessoa começa a fazer uso contínuo de alguma substância, e decide parar o seu uso, dando origem a sintomas físicos e psicológicos, relacionados à síndrome da abstinência.
  • Fissura: é caracterizada pelo desejo intenso de usar uma droga ou repetir um comportamento, e vem acompanhada de muita ansiedade e profunda irritação, favorecendo também a manifestação dos transtornos de humor.
  • Gatilhos: são situações que despertam o desejo de retomar o vício ativamente, podendo manifestar-se em diversos contextos. O fundamental aqui é buscar ajuda profissional (psicólogos, terapeutas e psiquiatras etc) e não profissional (amigos, mentores, familiares) para evitar que esse gatilho seja motivo para uma recaída no uso e abuso de toda e qualquer substância ou comportamento (e.g. jogos) causador de dependência química.

 De maneira resumida, o tratamento psicológico[2] visa a manutenção da abstinência para a conquista da sobriedade e serenidade, fazendo com que os atributos positivos do paciente possam ser enaltecidos em detrimento dos pensamentos obsessivos, comportamentos compulsivos e tendências egocêntricas, características do dependente em começo de tratamento.




https://www.who.int/health-topics/addictive-behaviour. [2] Adicionalmente, as dependências podem e devem ser tratadas numa abordagem multidisciplinar, contemplando até mesmo grupos de doze passos e ajuda mútua.